Dia 04 – À caminho de Weilheim in Oberbayer, na companhia das águas
Hoje, bem cedinho, me despedi de Utting am Ammersee e estou a caminho de Weilheim in Oberbayern.
A cidade de Utting am Ammersee fica do outro lado do lago, da parte contrária onde tem o mosteiro. Agora, caminhando de um lado distante, vejo o Mosteiro e penso o quanto já caminhei, foram muitos quilômetros em volta do lago até chegar desse lado! Caminharei hoje do lado do Ammersee em direção aos alpes, será uma caminhada tranquila, muito plana e contarei com a companhia do belíssimo Lago Ammersee. Essa paisagem ficará marcada em minha memória e em meu coração, ela nunca mais será vista da mesma forma por mim, pois me lembrarei dos ótimos momentos que aqui vivi. Ver a cidade de longe e saber que ontem estava lá do outro lado, me faz visualizar que, aos poucos, de passo em passo, eu chegarei ao meu destino, a minha maravilhosa Verona.
Para essa caminhada, estou usando um par de sapato diferente porque meu amigo Gronell me deu dois pares, um para as trilhas e outro para a estrada e hoje a minha caminhada será principalmente no asfalto, piso no chão e sinto o amortizador me levando para cima. Estou feliz em saber que, depois de tantos caminhos, estou percebendo como funcionam as solas dos sapatos e as suas funções. Cada detalhe importa em uma grande jornada.
No caminho para Weilheim in Oberbayern, vi uma árvore muito grande com uma trepadeira que está subindo em volta dela. É interessante notar que, em algumas vezes, a trepadeira pode sufocar a árvore, retirando toda a sua vida, no entanto, como nesse caso, ela pode proteger a árvore, mesmo retirando um pouco de energia. Essa imagem se assemelha com a nossa vida, com as pessoas que encontramos e os caminhos que realizamos, cada vez que fazemos um caminho, voltamos para casa diferentes de quando partimos. Retornamos transformados, assim como a árvore quando se encontra com a trepadeira em volta dela, mas no final preservamos a nossa essência, mas já não somos os mesmos. Passamos a viver de forma mais bonita e inspiradora!
Tive um dia de muitas risadas com o humor Bavarese. Caminhando pela estrada, encontrei uma placa bem engraçada que está escrito, mais ou menos, assim:
ANTIGO MÉTODO BAVARESE PARA LER A METEOROLOGIA:
- Quando a pedra se move – vento
- Pedra parada – não tem vento
- Pedra seca e quente – sol
- Pedra branca – neve
- Cheia de buraco – bateu chuva de gelo
- Ver ela no chão – teve terremoto
- Não ver a pedra – ela foi roubada 🤣🤣🤣🤣
Depois dessa simpática placa passei pela cidade chamada Dießen am Ammersee, a última cidade do Ammersee, e fui em direção aos Alpes, em meu caminho para Verona, chegando na Alta Baviera. Encontrei esse pequeno rio, ele recolhe as águas derretidas do gelo dos Alpes e leva para o Ammersee e o Ammersee leva para os outros 3 lagos pequenos chamados Wörthsee , Pilsensee e Weßlinger See.
Interessante refletir nessa ação de doação, onde nada se sente maior do que o outro, todos recebem e dividem a sua riqueza e quanto mais dão mais ele têm! A lei maravilhosa da natureza nos mostra que quando aprendemos esse conhecimento, podemos contribuir cada vez mais com a humanidade.
Essa atmosfera me traz uma sensação de paz e serenidade, me sinto completa.
Hoje consegui completar a minha viagem bem rápido, pois na maior parte do caminho andei por um terreno reto e tranquilo, contemplando a natureza e relembrando os ótimos amigos e lugares que tive o privilégio de conhecer. Deixei o ammersee mas ganhei a companhia do rio Ammer foi maravilhoso contemplar esse milagre da natureza!
Estou chegando na simpática cidade de Weilheim in Oberbayern e já posso ver a torre da igreja, é maravilhoso ver essas torres porque me dá a sensação que onde tem um sino tem gente e onde tem gente tem sempre um sorriso para dar e para receber
Será que serei recebida com os sinos hoje?
Aproveito que cheguei cedo ao destino e me preparo mentalmente para o dia de Amanhã que será um dia mais frio e mais difícil. Mas por hoje ainda posso aproveitar o clima e essa linda cidade.
No final do dia, tive uma maravilhosa surpresa, encontrei duas pessoas conhecidas e dividimos um prato italiano e um ótimo vinho da minha vinícola preferida, a Vigna Di San Pietro. Foi mágico, depois de 3 dias, sentir o gostinho de casa…